(Foto: Jhonatan Vieira/Sejus-DF)

Iniciativa do programa Direito Delas encerra Mês das Mulheres com mil atendimentos e conscientização.

Romper o ciclo da violência de gênero exige um esforço coletivo, e o projeto Papo Delas tem se destacado nesse papel. A iniciativa, promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF), intensificou suas atividades durante o Mês das Mulheres e encerrou o período com mil atendimentos, reforçando o debate sobre o enfrentamento à violência doméstica.

O encerramento das ações aconteceu com uma grande roda de conversa no CEU das Artes de Ceilândia, reunindo mais de 80 participantes. Durante o encontro, a equipe da Sejus abordou formas de prevenção à violência e acesso a direitos. Para Rosilda da Silva, dona de casa de 42 anos, iniciativas como essa são essenciais. “Muitas vezes, sofremos agressões verbais dentro de casa e na rua, e precisamos saber que temos direitos e podemos buscar ajuda”, destacou.

A assistente de recursos humanos Stefany Costa, 31, ressaltou a importância do empoderamento feminino. “Muitas mulheres sentem vergonha de expor o que estão vivendo. Quando participam dessas palestras, percebem que algo está errado e começam a dar passos rumo à liberdade”, afirmou.

Além das rodas de conversa, o projeto levou palestras e debates a empresas e organizações, como a Rede Dia a Dia, a Rede HPlus de Administração e Hotelaria e a Sustentare Saneamento. Só nessa última, mais de 750 trabalhadores foram conscientizados sobre os primeiros sinais da violência doméstica.

A secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, enfatizou o impacto dessas ações. “Quando falamos sobre esse tema, percebemos a necessidade de mudar a consciência das pessoas. Quando uma mulher brilha, seu brilho transborda para todos”, disse.
Rede de apoio e acolhimento

Além de informar e prevenir, o Papo Delas busca fortalecer a rede de apoio para mulheres em situação de vulnerabilidade. A camareira Ângela dos Santos, 54, que participou de uma palestra pela primeira vez, destacou a importância da informação. “Muitas mulheres sofrem caladas, com medo de falar. Essas palestras são um alerta. Eu não sofro violência, mas posso ter uma vizinha que sofre. Agora sei que posso denunciar e ajudar”, afirmou.

Desde sua criação, em setembro de 2024, o projeto já conscientizou mais de 3 mil pessoas. Além disso, a Sejus-DF mantém atendimento especializado para vítimas de violência por meio do programa Direito Delas.

A técnica em segurança do trabalho Suzane Ferreira, 33, reforçou a necessidade de incentivar mais mulheres a conhecerem seus direitos. “Nos doamos para a família e acabamos esquecendo de nós mesmas. Essas iniciativas resgatam nossa força e mostram que não estamos sozinhas”, concluiu.