(Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF)
Cobertura vacinal no DF ainda é baixa, mas imunização pode evitar até 70% dos casos da doença
Brasília, 2 de dezembro de 2024 – O câncer de colo do útero, responsável por cerca de 7 mil mortes e mais de 17 mil diagnósticos anuais no Brasil, é amplamente prevenível por meio da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), segundo especialistas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
Sônia Maria Ferri, chefe do Núcleo de Detecção Precoce do Câncer da SES-DF, destaca que a vacina contra o HPV protege contra quatro subtipos do vírus, incluindo dois associados a 70% dos casos de câncer de colo do útero. “O imunizante também previne condilomas genitais, conhecidos como verrugas, presentes em 90% dos casos de baixo risco”, explica.
O HPV, uma infecção sexualmente transmissível (IST) comum, pode causar verrugas genitais e diferentes tipos de câncer, incluindo os de pênis e laringe. “Cerca de 50% a 60% das pessoas terão contato com o HPV ao longo da vida, e a vacinação é a forma mais eficaz de proteção”, ressalta Ferri.
Público-alvo e cobertura vacinal
A vacina está disponível em dose única para meninas e meninos de 9 a 14 anos, bem como para pessoas de 15 a 45 anos que utilizam Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV ou têm condições clínicas especiais, mediante indicação do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie).
No entanto, a cobertura vacinal no Distrito Federal é baixa. De 2013 a 2023, 59,4% das meninas dessa faixa etária completaram o esquema vacinal, enquanto apenas 29,9% dos meninos o fizeram entre 2017 e 2023.
Esforços para aumentar a adesão
Ferri aponta a falta de hábito de procurar unidades básicas de saúde (UBSs) e o movimento antivacina como desafios à imunização. Ela reforça a necessidade de desassociar a vacina do início da vida sexual, destacando seu papel na proteção das gerações futuras.
Daniela Magalhães, gerente substituta de Vigilância das ISTs da SES-DF, lembra que quase todos os casos de câncer de colo do útero estão ligados ao HPV, além de outros cânceres evitáveis como os de ânus, vulva, pênis e orofaringe. “A adoção da vacinação como estratégia é fundamental para a redução desses índices”, conclui.
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