Prêmio Leila Diniz exalta as mulheres têm enfrentado barreiras significativas na indústria cinematográfica, mas, nos últimos anos, têm se destacado em diversas áreas, como direção, roteiro, produção, atuação e crítica.

A secretária de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) Marcela Passamani foi convidada pela organização da 57ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro para entregar neste domingo (1) o Prêmio Leila Diniz a renomada produtora Sara Silveira, com atuações destacadas em projetos que exploram narrativas ousadas e socialmente relevantes, como nos filmes Bicho de Sete Cabeças e Trabalhar Cansa. O prêmio foi retomado após sete anos e celebra mulheres que marcaram a história do cinema brasileiro, tanto na frente quanto atrás das câmeras.

A escolha de Passamani para fazer a entrega foi em reconhecimento a sua forte atuação em defesa dos direitos, proteção e defesa das mulheres do Distrito Federal. O evento, inclusive, de forma inédita, montou um stand no espaço do Cine Brasília do Direito Delas, programa idealizado pela secretária, para oferecer atendimentos social, psicológico e jurídico às vítimas diretas de violência e seus familiares.

"Nada mais pertinente que um espaço de diálogo e de igualdade como esse para trazer o protocolo contra o assédio e a importunação sexual das mulheres nos espaços de lazer e entretenimento. Quanto tempo as mulheres deixaram de sair, dançar sem se preocupar, porque se sentiam inseguras com uma mão, com uma fala. As histórias foram-se repetindo até o momento em que nós, mulheres, falamos chega, basta. E neste caso, eu tenho espaço de fala importante, uma vez que sou a primeira mulher secretária de Justiça, e ouviu a voz das mulheres que representam 52% da população votante desse país. Agora, nós temos políticas públicas especialmente para nós", disse Marcela, em seu discurso antes da entrega do prêmio.

Prêmio reconhece o papel inovador da mulher no cinema

Sara Silveira é uma produtora de cinema, mas não cineasta no sentido tradicional de direção ou roteiro. Ela se destaca pela produção de filmes relevantes no cenário brasileiro, sendo uma figura essencial para viabilizar obras de diretores renomados. Sua atuação inclui não só a produção executiva, mas também o desenvolvimento de projetos autorais e inovadores.

"Esta é a minha obrigação, o meu ofício como produtora, fazer ações para as pessoas pensarem e refletir sobre a nossa realidade. E o nosso cinema brasileiro é diverso e pulsante. Então, agradeço muito a homenagem, mas tenho o sentimento de que este é meu dever. Trabalho há 44 anos com o cinema e já fiz quase 60 obras. Eu tenho 74 anos e vou continuar trabalhando, porque ainda tenho muito para dizer e mostrar deste país maravilhoso", discursou Silveira.

O papel inovador da mulher no cinema brasileiro é fundamental para a diversificação das narrativas e para a inclusão de perspectivas únicas que antes eram marginalizadas. Historicamente, as mulheres têm enfrentado barreiras significativas na indústria cinematográfica, mas, nos últimos anos, elas têm se destacado em diversas áreas, como direção, roteiro, produção, atuação e crítica.

A crescente presença de mulheres na direção resultou em uma abordagem mais sensível e inclusiva em temas como violência de gênero, maternidade e empoderamento feminino.

Direito Delas

O programa Direito Delas, conduzido pela Subsecretaria de Apoio às Vítimas de Violência (Subav), tem como proposta oferecer atendimentos social, psicológico e jurídico às vítimas diretas de violência e seus familiares, por uma equipe técnica multiprofissional, formada por assistentes sociais, psicólogos, servidores especialistas em Direito e Legislação e profissionais da área administrativa da Sejus.

Desde novembro de 2023, quando foi criado o programa já amparou 1.258 vítimas diretas e indiretas de violência doméstica e familiar em 6.319 atendimentos nos seus dez núcleos: Plano Piloto, Ceilândia, Guará, Itapoã, Paranoá, São Sebastião, Planaltina, Recanto das Emas, Samambaia e Estrutural.