Formação ensinou princípios básicos do artesanato para 13 mulheres que residem no Incra 9, de forma gratuita e presencial. Iniciativa foi promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do DF, em parceria com a administração regional da cidade.
 Agência Brasília

Treze moradoras do Incra 9, área rural de Ceilândia, concluíram nesta segunda-feira (18) o curso de macramê promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Distrito Federal (Senar-DF), em parceria com a administração regional da cidade. O conhecimento foi transmitido em quatro encontros, sempre das 8h às 17h, em que as participantes puderam ter momentos de interação social ao aprender os conceitos básicos da arte de tecelagem manual a partir de nós, franjas e barras.

O grupo se reuniu na casa da pedagoga Cássia Teles, 28 anos, que também participou da formação. “Antes, a gente tinha que se deslocar até Ceilândia ou Brazlândia, e fazer o curso aqui facilitou tudo. Aprendemos os nós principais e agora poderemos trabalhar em peças personalizadas. Foram momentos únicos, algo que eu, que moro aqui há 24 anos, nunca tinha vivido”, contou.

O conhecimento foi transmitido em quatro encontros em que as participantes puderam ter momentos de interação social ao aprender os conceitos básicos da arte de tecelagem manual a partir de nós, franjas e barras | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

A produtora rural Neiaria Barreto, 44 anos, acrescentou que a oportunidade inseriu as mulheres em um novo mercado de trabalho. “É algo que podemos colocar à venda e agregar em outros trabalhos. Uma toalha com macramê, por exemplo, tem o valor diferente de uma toalha comum, é algo diferenciado e feito à mão, não por uma máquina”, detalhou. “Faço outras coisas, como pintura em tela e peças com palitinhos de jornal, e é sempre bom aprender coisas novas. Já comecei uma bolsa e quero fazer suportes de plantas e para pets, porque vejo que tem gente interessada.”

Quem ensinou o beabá do macramê foi a instrutora Idalina Rodrigues, que se dedica há mais de duas décadas ao trabalho. “Sabendo fazer os nós, elas podem criar várias peças – cangas, bolsas, cintos, tapetes… Ensinei os primeiros passos e agora elas podem trabalhar e ganhar dinheiro com isso, fazendo um pano de prato, um suporte para planta. Depois, no avançado, a gente vai melhorar ainda mais o trabalho delas”, disse. Todo o material utilizado foi disponibilizado gratuitamente pelo Senar-DF.


Pedagoga Cássia Teles: “Antes, a gente tinha que se deslocar até Ceilândia ou Brazlândia, e fazer o curso aqui facilitou tudo”

Impulso

O administrador regional de Ceilândia, Dilson Resende, enfatizou o papel do curso no fortalecimento da economia familiar: “O governo faz a sua parte e a sociedade civil organizada e o terceiro setor também. Esse somatório de força é muito importante, ainda mais no caso deste curso, já que o artesanato ajuda na composição da renda familiar. Geralmente, o marido trabalha vendendo serviços, fazendo plantio, enquanto a esposa cuida dos filhos e, com o macramê, pode agregar na renda da família.”

A gerente de Apoio à Área Rural da Administração Regional de Ceilândia, Ana Paula Rosado, ressaltou o trabalho contínuo de inclusão e qualificação profissional na região: “Muitas vezes os moradores e agricultores têm dificuldade em acessar os serviços do governo, e a administração, junto com os demais órgãos, atua para fazer a promoção do desenvolvimento rural. Temos trabalhos de melhoria da qualidade de vida e inclusão social para famílias da área rural, além de cursos, oficinas, palestras e eventos com o objetivo de promover a interação entre a comunidade, proporcionando lazer, união e renda.”

Vinculado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Senar-DF desenvolve ações de incentivo à agricultura familiar e qualificação profissional para empreendimentos rurais. “O Senar-DF tem treinamentos que vão desde o cultivo de hortas e artesanato ao treinamento de tratorista e de uso de drone. Nós vamos até às comunidades, evitando que os moradores tenham que se deslocar e trazendo a vivência deles para os cursos. As capacitações têm certificação, e o produtor pode atuar na própria propriedade ou buscar o mercado de trabalho”, esclarece o analista mobilizador da entidade, Edvan de Oliveira.