Na manhã desta quarta-feira (30), a Câmara Legislativa do Distrito Federal promoveu o evento “Outubro Rosa: a saúde da mulher empreendedora”. A iniciativa da deputada Jaqueline Silva, presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Micro e Pequenas Empresas e do Microempreendedor Individual, reuniu mulheres empreendedoras para ouvir especialistas em saúde feminina e discutir a importância da prevenção do câncer de mama.

Durante a abertura do encontro, Jaqueline Silva pontuou a relevância do Outubro Rosa na conscientização e no combate à doença. “Precisamos nos atentar que este mês é muito mais do que a cor rosa, é um mês de conscientização. Queremos trabalhar de forma ativa para vencer todas as barreiras que enfrentamos como mulher”, salientou a parlamentar.


Gabrielle Scattolin, oncologista da Oncoclínicas-DF, reforçou a necessidade de realizar mamografia regularmente. A especialista frisou que o exame possibilita a detecção precoce do câncer de mama, o que aumenta as chances de cura.

“A mamografia é o exame mais importante e deve ser feito para todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade. Ela consegue pegar microcalcificações, aquelas lesões muito iniciais, que, às vezes, são pré-malignas”, explicou Scattolin. “Os cânceres iniciais, que ainda não se espalharam pela corrente sanguínea ou pela corrente simpática, têm uma chance de cura muito alta.”


Segundo a oncologista, além de exames regulares, é fundamental adotar hábitos saudáveis para prevenir a doença, como cuidados com a saúde mental e emocional, assim como praticar atividades físicas que proporcionem bem-estar.

“O outubro rosa é um mês que falamos muito em fazer mamografia e ecografia, mas estamos falando também em ter atitudes que de fato fazem a diferença para prevenir o câncer, que é o tempo dedicado a fazer um exercício, organizar a dieta, ter momentos de lazer e o manejo do estresse do dia a dia”, citou Scattolin.

Câncer de mama e maternidade

Diretora do Bonvena Medicina Reprodutiva em Brasília, Taciana Fontes, alertou para os desafios enfrentados pelas mulheres com câncer de mama que desejam ter filhos, tais como a possível infertilidade devido aos tratamentos da doença. Segundo a especialista, é importante que as mulheres com diagnóstico positivo da neoplasia estejam cientes dos riscos e que possam discutir as opções disponíveis com seus médicos, como a preservação da fertilidade antes do início do tratamento.

“Quando uma mulher recebe um diagnóstico de câncer de mama, muitas vezes, vai passar por quimioterapia e radioterapia. Esses tratamentos podem ter um impacto muito profundo sobre a reprodução. A quimioterapia tem um potencial de destruir as células, os óvulos e pode levar à menopausa precoce”, explicou Taciana Fontes.

Ela destacou ainda o congelamento de óvulos como uma alternativa para mulheres que desejam ter filhos no futuro. “O que temos falado muito hoje em dia, uma campanha, inclusive da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, é a conscientização sobre preservação de fertilidade. A mulher que acabou de receber um diagnóstico de câncer e vai precisar passar por cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, pode ser submetida a um tratamento para congelar os óvulos”, ressaltou Taciana Fontes.

CLDF