Foto: Agência Brasília

Nesta quinta-feira (8), o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Leonardo Reisman em entrevista falou sobre a inserção de Brasília em um projeto de inserção do uso de inteligência artificial (IA) para produzir soluções para o GDF, falou também sobre a modificação da área do Setor Comercial Sul com um ambiente aberto ao público na nova sede da Secti e destacou a importância dos programas de capacitação em tecnologia.

A grande novidade anunciada por Reisman foi a criação do Centro de Inovação em Inteligência Artificial (CIIA), iniciativa pioneira que está sendo desenvolvida para impulsionar a pesquisa, o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias de IA em uma parceria entre governo, iniciativa privada e academia.
“Esse centro vai abrigar uma infraestrutura tecnológica para processar com pesquisadores – em um local físico a ser definido, muito provavelmente no Biotic – e vai produzir soluções para o nosso GDF. As secretarias poderão enviar demandas e desafios e os pesquisadores e as startups vão modelar soluções nas diversas áreas do DF. Vai ser um modelo de produção de soluções tecnológicas constante”, explicou.

Outro espaço que pretende modificar o Distrito Federal é a nova sede da Secti no Setor Comercial Sul. Mais do que um prédio para abrigar a secretaria, o local terá um espaço aberto ao público com o objetivo de levar inovação e tecnologia para a área central de Brasília.

“O Setor Comercial Sul tem uma localização geográfica fantástica e um potencial de desenvolvimento enquanto polo de economia criativa e inovação”, destacou o titular da pasta. “Estamos fazendo um processo de mudança para lá, levando todos os nossos programas, e vamos ter um ambiente para recepcionar a comunidade e as startups.”

O espaço terá 300 metros quadrados e ficará no térreo do prédio, abrigando podcast, coworking e gamificação. “É importante para nós revitalizar aquela área. Temos casos de centros urbanos que foram modificados pela inovação, como o Porto Digital, em Recife. A ideia é ter a área central recuperada a partir de projetos de tecnologia e inovação”, acrescentou Leonardo Reisman.

O secretário destacou ainda a importância dos eventos Innova Summit, Brasília Game Festival e Campus Party, que juntos receberam mais de 240 mil pessoas, para o desenvolvimento tecnológico do DF. “Brasília sempre tem um grande evento para chamar de seu que reúne empresas, startups e investidores. São eventos que movimentam a economia e geram negócios”, avaliou.

Qualificação profissional

Segundo o secretário, há uma expectativa do setor de, em 2025, precisar de cerca de 20 mil novos profissionais na área. “Estamos vendo que a demanda por profissionais de tecnologia só cresce. O DF Inova Tech é um dos grandes programas de formação desses profissionais em diversas linhas. As mais atuais são de inteligência artificial e cybersegurança”, afirmou o secretário. Atualmente, há 11 cursos disponíveis com inscrições abertas no site. Desde 2020, foram cerca de oito mil alunos certificados pelo projeto.

Outros dois programas também são responsáveis pela capacitação no segmento: Gamifica e Reciclotech. O primeiro é voltado a impulsionar o setor de jogos eletrônicos do DF, com cursos em três modalidades (marketing aplicado a jogos eletrônicos, desenvolvimento de jogos eletrônicos e designer de jogos eletrônicos) para qualificar seis mil pessoas entre 14 e 60 anos. Já o segundo une capacitação em informática básica com manutenção de computadores e recondicionamento de eletroeletrônicos para serem doados a escolas, unidades de saúde e instituições, numa iniciativa de economia circular e reciclagem de eletrônicos.

“Certificamos cerca de dois mil alunos no Reciclotech, e boa parte deles trabalhou no recondicionamento dos equipamentos. O sucesso foi tão grande que ampliamos para cinco macrorregiões. O polo do Gama agora se multiplica para atender todo o Distrito Federal”, comentou. Com a ampliação, o programa terá capacidade para qualificar dez mil jovens e adultos e reaproveitar 11 mil computadores, com investimento de R$ 9 milhões da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).

Inclusão e desenvolvimento

Além de qualificar profissionalmente a população, a pasta também atua garantindo a inclusão digital. O programa WiFi Social, por exemplo, já ultrapassou os 150 milhões de acessos com distribuição em 24 regiões administrativas. “Não temos como falar de tecnologia ou inclusão digital sem conectividade. O Wi-Fi Social é um dos programas de sucesso, e estamos fazendo incrementos”, disse. O tempo de conexão será ampliado – atualmente é de 30 minutos – e vai permitir o acesso a mais áreas rurais.

A inclusão digital também ocorre em projetos em parceria com a Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF (SEPD), com iniciativas como a Carreta da Inclusão, que promove experiências tecnológicas inclusivas, e o DF Libras CIL Online, que permite que pessoas com deficiência (PcDs) se comuniquem com os órgãos públicos de forma acessível e digital, em tempo integral e em todos os dias da semana. “A próxima edição da Carreta da Inclusão será no dia 13, em Samambaia”, adiantou o secretário.