Capacidade mensal mais do que dobrou; cerca de 9,5 mil exames foram realizados pela rede pública de saúde em dois meses

Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

A rede pública de saúde do Distrito Federal reduziu a fila de espera por mamografia em mais de 70% com a ampliação do serviço. De abril a junho deste ano, a capacidade mensal de exames mais do que dobrou, passando de 2.384 para 6.078. Com isso, a Secretaria de Saúde (SES) registrou, nos dois últimos meses, mais de 9,5 mil mamografias.Exame permite detectar precocemente o câncer de mama, ampliando as chances de cura | Foto: Mariana Raphael/Arquivo Agência Saúde
“Esse esforço da SES é para, justamente, conscientizar a população e garantir que todas tenham acesso ao serviço”Gleidson Viana, referência técnica distrital de radiologia da SES

Utilizada para identificar tumores não palpáveis que possam indicar o câncer de mama, a mamografia permite a detecção precoce da doença, viabilizando um tratamento em tempo hábil, mais efetivo e menos invasivo à paciente.

“A prevenção do câncer de mama é essencial, porque, além de ser uma doença com maior índice de mortalidade quando não tratada desde os estágios iniciais, esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres”, reforça Gleidson Viana, referência técnica distrital (RTD) de radiologia da SES.

O especialista lembra ainda que, em decorrência da pandemia, muitas mulheres deixaram de realizar consultas e exames de rotina. “Esse esforço da SES é para, justamente, conscientizar a população e garantir que todas tenham acesso ao serviço”, explica.

Recomendado para mulheres a partir de 50 anos como parte dos cuidados médicos de rotina, o exame está disponível na rede pública de saúde do DF por meio de encaminhamento. O procedimento ocorre nas unidades básicas de saúde (UBSs), onde há o acolhimento da paciente por uma equipe multidisciplinar de Estratégia Saúde da Família, com o exame físico inicial. Quando necessário, a equipe solicita a mamografia, agendada de acordo com a prioridade.

Prioridade na rede pública

Neste ano, o governador Ibaneis Rocha sancionou a Lei nº 7.237/2023, que estabelece uma lista de prioridades para a realização de mamografias na rede pública. A legislação determina prioridade no exame a mulheres a partir de 40 anos que possuem histórico familiar de câncer de mama ou nódulos, necessitem de avaliações periódicas, estejam em tratamento contra o câncer ou ainda precisem de atendimento de urgência, conforme determinação médica.

Estratégia de ampliação

A redução das filas de espera para mamografias é consequência do trabalho de ampliação dos serviços implementados pela SES desde maio.

“Com todas as ações, o Distrito Federal deve alcançar a capacidade operacional plena dos 11 mamógrafos em funcionamento e das equipes, espalhadas por todas as regiões de saúde, resultando na oferta de 8,8 mil exames mensais para o procedimento, garantindo o pronto atendimento dos novos pedidos de exames”, resume a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

A partir de um plano consolidado com iniciativas de diversas áreas da saúde relacionadas à temática, incluindo todos os níveis de atenção, assim como especialistas e técnicos em radiologia, foi definido o funcionamento das agendas diárias em dois turnos (manhã e tarde) em todas as unidades. Assim, será possível aumentar o número de exames agendados para 40 ao dia, em cada aparelho.

Outras medidas adotadas para garantir o atendimento foram a ampliação de carga horária dos médicos do núcleo de radiologia para 40 horas semanais, bem como a nomeação de novos profissionais da especialidade. Além disso, servidores de radiologia, médicos e técnicos serão remanejados para as equipes de execução de mamografias.

*Com informações da Secretaria de Saúde