Com recursos do FAC, a iniciativa pretende sensibilizar a comunidade sobre como agir e lidar nas situações de violências dentro e fora do ambiente escolar
Josiane Borges, da Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes
Nos próximos seis meses, os professores, alunos e toda a comunidade escolar da Escola Classe 46 de Ceilândia, que atende 623 crianças da educação infantil e do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, participarão do projeto Leitura para a Cultura da Paz. A iniciativa pretende sensibilizar para as questões das violências explícitas e veladas dentro e fora do ambiente escolar.O projeto Leitura para a Cultura da Paz teve início nesta quarta (19) na Escola Classe 46 de Ceilândia | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
Contemplado com cerca de R$ 90 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), o projeto começou nesta quarta-feira (19) e vai até o dia 21 de outubro. Desenvolvida em várias etapas, a iniciativa realizará atividades inicialmente com os professores, em seguida com os estudantes e, na etapa final, com os pais e responsáveis dos alunos. Durante o projeto, serão doados 240 livros de literatura infantil para a escola e para a comunidade.
“Todas as ações pretendem possibilitar às crianças o acesso às diferenças que existem na escola, para que elas criem vínculos e diminuam as reações de violência e conflitos, que são naturais da convivência social. Assim, os alunos serão educados para lidar com as diversidades e construir a cultura de paz. É a construção de um conjunto de valores e posturas”, explica a idealizadora do projeto, Débora Bianca Xavier Carreira, mestre em educação com pesquisa na área de violência nas escolas.
Idealizadora do projeto, Débora Bianca Xavier Carreira destaca que “todas as ações pretendem possibilitar às crianças o acesso às diferenças que existem na escola, para que elas criem vínculos e diminuam as reações de violência e conflitos, que são naturais da convivência social”
Entre as ações desenvolvidas, estão oficinas, minicursos e palestras para os educadores, mediação de leitura, bate-papo com especialista em literatura infantil e leituras compartilhadas com os alunos, debates e apresentações artísticas e literárias para toda a comunidade escolar. As atividades serão realizadas de acordo com cada público-alvo e sempre em dois turnos, matutino e vespertino.
“No último momento, traremos a comunidade para dentro da instituição, para que a família possa fazer da escola um lugar de fala e pertencimento e assim diminuir as agressões à escola. Acreditamos que todas as atividades vão refletir positivamente no comportamento das pessoas que convivem no espaço escolar”, completa Débora.
A diretora da Escola Classe 46, Maria José Soares, acredita que a iniciativa reforça o projeto político pedagógico da instituição. “Já trabalhamos a temática de combate à violência. Porém, o projeto chega em um momento muito importante para todo o ambiente escolar. Os professores acolheram bem a iniciativa e pretendemos estimular toda a comunidade a compartilhar e a vivenciar os princípios da cultura da paz e da não violência”, ressalta Maria José.
O projeto disponibilizará também livros em Braille e os encontros presenciais contarão com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
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