Atividade, baseada na capoeira, é ideal para idosos, recupera a agilidade e ainda melhora o humor e o sono
Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger
Aos 71 anos, Maria Terezinha, moradora de Santa Maria, tem uma energia incansável. Quem vê a senhora de 1,57m, óculos e cabelos brancos não imagina a quantidade de pessoas que ela influencia com suas aulas de capoterapia. A atividade gratuita é ofertada todas as terças e quintas-feiras na Unidade Básica de Saúde 2 (UBS 2) de Santa Maria, às 7h30, reúne mais de 150 moradores da cidade.“Eu estou aqui tentando fazer um bem pra mim e para as outras pessoas também”, diz Maria Terezinha (no centro), que dá as aulas de capoterapia na UBS 2 de Santa Maria | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde
A capoterapia é uma vertente da capoeira e é ideal para idosos. A atividade não requer muito esforço físico, recupera a agilidade e ainda melhora o humor e o sono. A técnica foi criada por Mestre Gilvan de Andrade. A ideia foi adotada pelos Centros de Saúde do Distrito Federal e se espalhou pelo Brasil.
Depois de trabalhar mais de 35 anos representando editoras de livros, Terezinha se aposentou e passou a apresentar sintomas de fibromialgia. Um dia, por acaso, viu uma placa convidando para a capoterapia e resolveu se inscrever. E isso já faz sete anos. “A capoterapia mudou a minha vida em todos os sentidos. Eu tinha fibromialgia. Hoje, os médicos tiraram todos os remédios, não tomo mais. As dores do corpo, minha autoestima, melhorou tudo. Eu estou aqui tentando fazer um bem pra mim e para as outras pessoas também”, conta.Carmerindo de Almeida diz que a atividade alivia os problemas de articulação
A aposentada Edivania Pereira de Araújo, 61 anos e mãe de três filhos, participa das aulas há seis anos. Ela começou a cuidar da saúde somente aos 50, depois que foi afastada do trabalho por artrose e uma hérnia de disco. “Comecei a cuidar da saúde tarde, mas as aulas me fazem muito bem, fico sem dores e encontro minhas amigas. A gente se diverte, brinca, é muito bom pra cabeça também”, revela.
Camerindo de Almeida, 74 anos, frequenta as aulas há dois anos e foi encaminhado para a capoterapia pelo médico de família e comunidade da UBS 2. “Faz bem para meus problemas de articulação, tenho uma dormência nas mãos”, conta.
Socialização“A gente tem que sair de casa, senão enferruja, tem que esticar o corpo e conhecer gente”, diz Luzilene Numeriano, 74 anos
As pessoas interessadas devem procurar a UBS 2 de Santa Maria para fazer a inscrição e ingressar no grupo que já tem atraído diversos participantes. As aulas são ministradas pela professora Maria Terezinha toda terça e quinta-feira.
Moradora de Santa Maria, Luzilene Numeriano, 74 anos, faz a atividade há seis meses e afirma que sair de casa é o melhor remédio para a velhice. “A gente tem que sair de casa, senão enferruja, tem que esticar o corpo e conhecer gente”, diz.
Santana José de Souza, 76 anos, comemora por ter iniciado as aulas esta semana. “Como somos só eu e minha filha, fico muito sozinha em casa. É importante fazer exercício para meu problema de tireoide”, revela. “Essa é minha terceira aula e me fez muito bem, não só para mim, mas para todos que estão aqui. Você se distrai e esquece de tudo”, completa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que idosos ativos fisicamente apresentam taxas mais baixas de mortalidade, menos riscos de queda e melhoria na saúde óssea. Para esse grupo, a OMS recomenda a prática da atividade física nos momentos de lazer, como caminhada, natação, jardinagem e dança. A capoterapia já foi regulamentada no Distrito Federal entre as práticas complementares de saúde oferecidas à população pelo SUS.
*Com informações da Secretaria de Saúde
0 Comentários