Foto: CLDF
Ceilândia/P Sul, tarde de sábado (04). Izabel Aparecida Guimarães de Sousa, 36, é assassinada na presença da filha de oito anos, com um tiro na testa.
A arma, uma pistola 9mm, foi apreendida. O ex-companheiro e assassino confesso, Paulo Roberto Moreira Soares, 38 anos, ainda está foragido.
Nos primeiros 39 dias do ano, de 2023, Izabel já é a quinta vítima de feminicídio no Distrito Federal. As outras quatro mulheres foram mortas, pelos seus respectivos companheiros, no curto espaço de 19 dias.
A escalada dessa modalidade de crime contra mulheres, acendeu a luz de alerta de parlamentares e do próprio governo.
O vice-presidente da Câmara Legislativa, Ricardo Vale (PT), disse que o DF precisa se mobilizar contra a escalada da violência, que abate mulheres indefesas, mesmo que as vítimas tenham recorrido aos mecanismos de proteção criados pelo Estado.
Ricardo Vale afirmou nesta quinta-feira (09) ao Portal ao RadarDF, que esse tipo de crime, reflete o machismo estrutural e violento da sociedade brasileira e vem colocando o Distrito Federal na liderança do ranking nacional, de violência contra mulheres.
Para o distrital, a iniciativa anunciada pela governadora interina Celina Leão, na última segunda-feira (06), de criar uma força-tarefa que envolve vários órgãos de governo, inclusive do Poder Legislativo, “foi providencial, mas não alcançará o seu objetivo, na prevenção do feminicídio, se não houver o envolvimento de toda a sociedade brasiliense, principalmente dos homens”.
Anteontem, da tribuna da Câmara Legislativa, o distrital pediu um minuto de silêncio pelas cinco primeiras vítimas de feminicídio do ano, no DF.
Ele propôs um debate mais profundo sobre as causas, muitas vezes silenciosas. Vale defende que a participação dos homens no debate, é fundamental.
“É quando passarão entender sobre os males causados pela violência contra a mulher, consequentemente, passam a conscientizar outros homens”.
O distrital disse ainda ao Radar DF, que apesar do esforço de todos, o combate ao crime de feminicídio não será uma tarefa fácil e nem terá seus reflexos sentidos a curto prazo.
“As ações de hoje, envolvendo todos os órgão de governo, não vão evitar que uma mulher, em qualquer lugar do DF, seja a próxima vítima, quando ainda não nos recuperamos do choque, e da nossa indignação, com o caso Izabel Aparecida, assassinada a tiros na presença da filha”, pontuou.
Mesmo com o rigor da lei, que qualifica o crime de feminicídio como hediondo com prisão de 12 a 30 anos, ainda assim, segundo o deputado, é preciso fazer uma ampla política de conscientização.
Ele lembrou ser o autor de uma lei que obriga a promoção de ações de valorização das mulheres e combate ao machismo, nas escolas públicas do Distrito Federal.
Embora a lei esteja em vigor desde 2017, na prática, não é aplicada pela Secretaria de Educação. Ricardo disse não saber até hoje, por quê.
“Ou nos juntamos para conscientizar, de forma urgente as gerações atuais e as gerações futuras, de que quem ama não mata, ou estaremos assistindo à brutalidade machista crescer”, disse o parlamentar.
*Com informações do Radar DF
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