A paciente realizou uma cirurgia eletiva no Hospital Daher, do Lago Sul, em outubro, e teve uma compressa de gaze esquecida no corpo
Foto: Divulgação
Camila Carvalho de Cabral foi uma das beneficiadas pelo mutirão realizado pela Secretaria de Saúde do DF em outubro deste ano. Ela precisava realizar uma histerectomia, que é a retirada do útero, e estava esperando na fila do SUS há dois anos. Graças à ação realizada em parceria com hospitais particulares, o procedimento foi realizado no dia 15 de outubro no Hospital Daher, no Lago Sul.
O mutirão da SES-DF é uma ação para ajudar a reduzir a fila formada durante a pandemia da covid-19, quando cirurgias eletivas foram suspensas. A pasta firmou contrato com hospitais privados para realização de procedimentos para a retirade de útero, que foi o caso da Camila, e também de vesícula e hérnias. O investimento do mutirão foi de R$ 19,7 milhões.
A paciente sofria com um mioma no útero, que causava hemorragia, e por isso, precisava retirar o órgão. Após o procedimento cirúrgico, foi liberada para voltar para casa logo no dia seguinte, em 16 de outubro, apesar de reclamar de desconforto. “Ela dizia sentir uma ‘agonia’ dentro dela, uma coisa ruim”, explicou a mãe da paciente.
Em casa, Camila cuidava de seus dois filhos e realizava as atividades normais de rotina, apesar de sentir um certo incômodo. No dia 4 de novembro, retornou ao hospital para a retirada dos pontos, mas o desconforto seguiu. Camila retornou para casa naquela sexta-feira, e na segunda-feira seguinte, dia 7, acordou sentindo muita dor. O local dos pontos acabou abrindo, causando um vazamento de secreção. Ela, então, se dirigiu ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam) investigar o problema.
Foram dois dias na enfermaria sem grandes melhoras, por isso, a equipe médica pediu para que fosse realizado um novo procedimento cirúrgico para uma busca ativa de agravos. No dia 9 de novembro, constatou-se uma lesão no cólon e no intestino delgado, ocorridas durante a cirurgia realizada no hospital Daher.
Além das lesões, a equipe médica também encontrou uma compressa de gaze na região pélvica de Camila, o que estaria causando a infecção e agravando toda a situação. Após apresentar quadro de febre e agitação, a paciente, que ainda está internada na UTI do Hospital de Samambaia, foi induzida ao coma para ajudar na recuperação.
Respostas
Em contato com a reportagem, a Secretaria de Saúde informou que a realização desta cirurgia ocorreu por meio de contrato firmado com o hospital particular, e que coube à pasta classificar e avaliar a paciente como apta. A SES-DF também informou que a paciente segue internada no Hospital Regional de Samambaia sob cuidados da equipe da unidade, e após todos os procedimentos, vai notificar o Daher para apurar o ocorrido.
Fonte: jornal de Brasília
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