A amamentação é um momento que ainda gera muitas dúvidas. Mesmo sendo um processo natural, algumas mães precisam de um pouco mais de tempo e cuidado para aprender. O caminho para a decisão de colocar silicone também é cheio de questionamentos. Muitas mulheres querem fazer a cirurgia plástica, mas ficam receosas de como isso implicaria na amamentação.

O cirurgião plástico da Clínica Sabath, Dr. Hugo Sabath esclarece algumas dúvidas sobre a relação do silicone com a amamentação:

Quem tem silicone não pode amamentar?

Na maioria dos casos, o silicone não causa problema, nem impede a amamentação porque não costuma alterar a estrutura da mama, apenas o tamanho e o formato. Isso, no entanto, se a prótese foi colocada pela base da mama ou pela axila. “Se ela for colocada pelas aréolas, os ductos mamários (canais que levam o leite das glândulas até o mamilo) podem ser atingidos. A cicatriz formada ao longo do trajeto para colocação da prótese, atravessa a glândula mamária, alterando a continuidade dos ductos. Isso quer dizer que não afeta a produção de leite, mas a passagem dele das glândulas para o mamilo.” esclarece o Dr. Sabath.

O silicone “contamina” o leite materno?

Um dos mito que mais preocupa as futuras mamães. Afinal, elas querem proporcionar o melhor alimento, o mais saudável, para seus bebês.

Porém, esse é um mito sem fundamento. Em primeiro lugar, porque o silicone não “contamina” nenhum tecido do organismo, e nem o leite produzido.

De acordo com o cirurgião plástico Hugo Sabath, o silicone usado nos implantes mamários é completamente diferente do silicone industrial. Ele é feito com um elastômero altamente tecnológico, biocompatível e que não libera resíduos para o organismo. Portanto, esse risco não existe.

Além disso, o silicone é colocado por trás da glândula mamária. Em outros casos, ele fica até mesmo atrás do músculo.

Assim, tanto no processo de produção do leite quanto no caminho que ele faz para chegar ao mamilo, onde o bebê mama, não existe nenhum contato com a prótese.

O silicone corta os ductos que levam o leite até o mamilo?

O procedimento para colocar silicone só corta os ductos mamários quando a prótese é colocada por meio da aréola.

Ou seja, o médico faz a incisão em volta da aréola e abre espaço para que a prótese possa ser colocada atrás da glândula mamária, com uma técnica chamada de incisão periareolar. Nesse processo, alguns ductos são cortados.

Porém, incisão é pouco utilizada. Especialmente quando a paciente é jovem e ainda tem muito tempo para ter filhos e amamentar, o médico prefere a incisão inframamária.


Tipos de técnicas que não influenciam na amamentação.

Incisão inframamária.

O cirurgião plástico da Clínica Sabath conta que a incisão inframamária é um corte realizado abaixo da mama, na prega inframamária. É a mais realizada e proporciona o máximo de acesso para a dissecção precisa e colocação de um implante mamário. Muitas vezes, é a técnica preferida para introdução de implantes de silicone em gel. Outro benefício é o de que, nesta técnica, descola-se exatamente o espaço necessário para a colocação dos implantes mamários, não havendo o risco de as próteses poderem deslocar-se com a cicatrização ou com o tempo.

“Essa técnica não altera a arquitetura funcional das mamas, não interferindo em uma futura amamentação.” ressalta.

Incisão axilar.

A incisão axilar é uma técnica que coloca o implante de silicone através da região das axilas, abrindo-se um túnel de dissecção até a região das mamas, preparando espaço o suficiente para a colocação dos silicones. A vantagem da técnica é que ela permite a colocação de implantes sem cicatrizes visíveis nos seios.

Em contrapartida, um procedimento que precisa ser analisado com cuidado por quem tem vontade de amamentar é quando o silicone é associado à mastopexia (quando se retira o excesso de pele dos seios) ou à mamoplastia redutora (redução dos seios) porque eles alteram, sim, a estrutura da mama.

O silicone cai após a amamentação?

É bastante normal que a pele fique flácida após a amamentação. As glândulas que produzem leite armazenam uma relativa quantidade do líquido na mama, fazendo com que a pele estique. Ao final do processo, todo o líquido seca e os seios tendem a ficar menos firme.

Segundo Hugo Sabath com o silicone não é diferente. Algumas técnicas de colocação, no entanto, podem amenizar esse efeito. As próteses colocadas atrás dos músculos sedem menos do que as colocadas embaixo da glândula, pois são mais sustentadas pelo corpo.

Embora não seja uma obrigatoriedade, após o período de amamentação, é possível trocar a prótese ou retirar parte da pele flácida. Em alguns casos, colocar um implante maior já é suficiente. Já em outras situações, é necessário retirar parte da pele. O ideal é sempre conversar de forma franca com seu cirurgião plástico para indicar todas as necessidades e desejos relacionados a uma nova cirurgia.

Porém, por cima do silicone existem outros tecidos da mama. Entre eles, a própria glândula mamária, o estroma (tecido de volume e sustentação) e a pele. Dentre esses tecidos, a pele tende a se tornar flácida com o tempo. Afinal, o colágeno se degrada e, com a idade, o organismo perde a capacidade de repor esse colágeno rapidamente.

Como se isso não bastasse, durante a gravidez e a amamentação os seios aumentam de tamanho. Então, a pele precisa se esticar para acomodar todo esse volume, o que é ainda pior quando a gestante aumenta seu peso.

Depois da amamentação, os seios voltam ao tamanho normal. Porém, a pele esticada não retorna à sua extensão original. Ela continua estendida. É essa sobra de pele que causa a flacidez das mamas. Portanto, mesmo que a queda dos seios ocorra, isso não se relaciona com a prótese de silicone.


Verdades sobre prótese de silicone e amamentação.

– A mulher com silicone consegue amamentar normalmente;

– O seio e a glândula mamária da mulher com silicone funcionam normalmente. Portanto, ela produz leite e consegue amamentar, com ou sem a prótese;

– Falta de leite não está relacionada à prótese de silicone e amamentação;

– Existem mulheres que não produzem leite, independentemente de terem silicone ou não. Essa é uma condição chamada de hipogalactia;

– Para colocar a prótese de silicone, o médico não precisa mexer na glândula mamária e nem nos ductos. Afinal, ele faz a incisão e insere o silicone por trás do tecido glandular.

Você não pode colocar silicone enquanto estiver amamentando.

Realmente não se pode colocar silicone enquanto está amamentando.

Em primeiro lugar, é inviável conciliar a recuperação da cirurgia com a amamentação. Quem já amamentou sabe que o bebê suga com força, seria doloroso e os tecidos da mama precisam de um tempo para a cicatrização.

Além disso, durante a amamentação a mama está com tamanho e forma diferentes do comum. Colocar silicone nesse momento levaria a um equívoco relacionado ao tamanho e até mesmo ao tipo de cirurgia.

Depois que a mulher para de amamentar, é preciso esperar entre 3 a 6 meses para que a mama volte ao tamanho normal e tenha os hormônios estabilizados.

“Só então o se pode saber qual é o tamanho ideal para a prótese de silicone ou se a mulher precisa, além do silicone, de realizar uma mastopexia para corrigir flacidez retirando o excesso de pele.” Finaliza o
 cirurgião plástico Hugo Sabath.


Mais Sobre Hugo Sabath:

Graduação em Medicina – Universidade Católica Boliviana – UCB – Bolívia – Residência – Especialização em Cirurgia Geral – Hospital Universitário Japonês – Bolívia

Graduação em Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Brasil.

Orientador: UFRN -UFPB. – Residência – Cirurgia Geral – Hospital Stella Maris – Brasil

Residência – Cirurgia Plástica – Faculdade Medicina do ABC Hospital Santa Catarina

Reconstrução mamária com experiência na área de medicina , ênfase em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica. – AC Camargo

Cirurgião Plástico – Clínica Sabath Hospital Assunção, Hospital Brasil, Hospital Santa Catarina – Hospital São Luiz – Hospital Ruben Berta – Hospital San Gennaro – São Paulo, Brasil

Equipe Cirúrgica Pós Bariátrica – Grupo Ana Rosa Hospital Assunção, Hospital Brasil, Hospital Santa Catarina – Hospital São Luiz – Hospital Ruben Berta – Hospital San Gennaro – São Paulo, Brasil

Cirurgião Plástico – Reconstrução Mamária Hospital Oncológico de Santa Cruz de La Sierra – Bolívia Mutirão de Cirurgias Plásticas Reconstrutivas Hospital SAIDA – Líbano

Membro da FILACP

Membro Titular da Sociedade Boliviana de Cirurgia Plástica

Membro ISAPS

Membro Internacional Sociedade Americana de Cirurgia Plástica

Titulo de Especialista Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Membro IPRAS.