Foto: Silvio Abdon/CLDF

Leandro Grass reuniu práticas de sucesso promover o reconhecimento de “projetos de professoras e professores que têm feito muito pela educação no DF”.

Em comemoração ao Dia da Educação, a Câmara Legislativa realizou sessão solene nesta quinta-feira (28) com foco na importância da formação continuada de professores. Segundo o autor da iniciativa, deputado Leandro Grass (PV), a educação é a principal ferramenta de transformação social e a base de garantia de todos os outros direitos. “Não é possível promover um ensino público de qualidade sem investimento em formação docente e valorização dos profissionais de educação”, afirmou.

O distrital também defendeu o “respeito às ciências da educação na condução das políticas públicas educacionais” que, segundo ele, estão sob ataque. “Nossa postura não deve ser só de defesa, mas de construção”, frisou. Segundo Leandro Grass, um dos objetivos da cerimônia foi promover o reconhecimento de “projetos de professoras e professores que têm feito muito pela educação no DF”. As práticas de sucesso, segundo ele, provam que a educação do DF pode se tornar exemplo para a Brasil e o mundo.

Para o professor e criador do projeto Jogos e Brincadeiras na Escola, José Montanha Soares, é preciso que os alunos e professores se sintam acolhidos. “A criança que não brinca é o adulto triste. E os espaços escolares precisam ser mais alegres, os professores precisam ser olhados sim com mais carinho, com reconhecimento desse trabalho”. De acordo com Soares, a Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação (Eape) tem passado por “momentos muitos difíceis”: “Queria dizer com muito honestidade que não estamos felizes. A Eape precisa respirar democracia novamente”.

A professora Márcia Ester Lima, representando o grupo de formadores do projeto Ciclo Formativo Espiral das Artes, criticou o “momento de muito autoritarismo” na Eape, mas defendeu a missão da entidade. “Não deixem de estar numa escola que foi criada pela necessidade e pela vontade dos próprios professores da Secretaria de Educação”. A instituição, segundo ela, oferece formação para que “tenhamos escolas e professores de excelência no DF”.


Criadora do projeto Mulheres Inspiradoras, Gina Vieira de Albuquerque defendeu uma formação humanizadora, ética e crítica: “não é treinando professores e estudantes para se acomodarem a uma lógica neoliberal perversa que vamos conseguir forjar um mundo diferente”.

Para ela, é preciso que os governos invistam em “propostas consistentes” de formação continuada. “Elas só serão pertinentes se respeitarem as ciências da educação, se respeitaram as nossas lutas históricas e os nossos pressupostos teóricos”, enfatizou.

O professor Simão de Miranda, criador da aula-espetáculo "Mágica ou Ciência? Ciências da Natureza do Ensino Fundamental", defendeu que a formação continuada tenha “compromisso com uma educação pública socialmente referenciada, que se dirija à construção de uma sociedade menos injusta, mais equânime, para um outro mundo possível”. Segundo ele, o educador deve estimular a transformação social. “O nosso papel, para além do domínio dos conteúdos curriculares, é ensinar os nossos alunos a sonhar. Muitos deles já perderam a esperança, não veem como romper a bolha da pobreza e da exclusão social”, afirmou.


A professora associada da UNB, Kátia Curado, destacou a relevância dos projetos destacados pela sessão solene. “Eles mostram uma educação e uma formação continuada para além dos movimentos prescritivos de uma proposta de educação, para além de uma perspectiva técnica, mas para a perspectiva da formação humana”. Para ela, a formação dos professores é um trabalho coletivo que envolve diálogo, recriação e produção do conhecimento, bem como a reflexão sobre a prática.

“Defendemos a formação continuada numa perspectiva que traga ao professor o direito e a constituição de uma educação pública, gratuita, laica, de qualidade socialmente referenciada. Urge o investimento na praxe”, reforçou.

Ao final da cerimônia, que foi transmitida ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) e YouTube, Leandro Grass entregou moções de louvor aos professores que compuseram a mesa, pelos seus respectivos projetos e “relevantes serviços prestados à educação do DF”.

Mario Espinheira - Agência CLDF