Com recursos de quase R$ 11,6 milhões, obras fazem parte de ações para o fortalecimento da educação; outras 67 unidades passam por reforma.
Novas unidades abrirão vagas para 1,8 mil estudantes
Com 97 escolas em atividade, Ceilândia é a região administrativa (RA) com a maior regional de ensino no Distrito Federal. São quase 8 mil servidores da educação na cidade, entre professores, coordenadores, técnicos e auxiliares – uma equipe bastante afiada que atende aproximadamente 90 mil alunos em todos os segmentos, do ensino médio ao fundamental, passando pelos grupos infantis. Esse número aumentará ainda mais com a recuperação e criação de novos espaços na RA. Duas dessas novas unidades educacionais serão erguidas, em breve, no Sol Nascente/Pôr do Sol, abrindo vagas para 1,8 mil estudantes.
“São obras sequenciais que serão realizadas no Trecho 1 do Sol Nascente, próximo à administração”, adianta o coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia, Carlos Ney. “Serão um centro de ensino fundamental [CEF] e um centro educacional [CED], e uma dessas obras já foi licitada – já tem até a empresa que vai fazer a obra, mas ainda não começou a construção. Essas obras são muito importantes porque atendem demandas antigas dessa comunidade, fortalecendo e ampliando o aprendizado no DF.”
Conforme anunciado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), o terreno destinado ao CEF é de 7.373,67m² e terá área construída em três pavimentos de 5.110,16 m². Ao todo, serão 20 salas de aula, além de sala de artes cênicas, música, leitura, artes plásticas, multiuso, multimídia e um grêmio estudantil.
O CEF do Sol Nascente contará ainda com salas de apoio pedagógico, cozinha industrial e refeitório, assim como vestiários e sanitários, área administrativa, além de pátio coberto e laboratórios. Também serão construídos uma caixa-d’água, bicicletário, guarita, estacionamento, parquinho infantil e uma quadra coberta. O valor total da obra está estimado em quase R$ 11,6 milhões, recursos vindos tanto do governo local quanto do federal.Obras no CEM 10 de Ceilândia incluem reforço com 151 pilastras | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília
Há dois anos morando na cidade, a dona de casa Alcione de Jesus Silva, 37 anos, torce para que, no futuro, seu filho Felipe, 3 anos, estude nas novas unidades que estão prestes a sair do papel. “Não sabia da construção dessas escolas; a cidade precisa muito, serão muito bem-vindas”, diz. “Conheço muitos pais aqui da cidade que matricularam seus filhos em outras cidades por falta de vaga aqui.”
Reformas
Construído em 1994, o Centro de Ensino Médio (CEM) 10, que abrigava quase 900 alunos, passa por reforma geral. O valor inicial do investimento vindo do GDF para reformas básicas era de R$ 5,07 milhões, mas, como foram encontrados problemas estruturais no prédio, um adicional será acrescentado. No momento, cerca de 20 homens de empresa terceirizada contratada trabalham no local.
“É uma escola importante pela quantidade de estudantes que atende, não apenas aqui de Ceilândia, mas de cidades do Entorno também” - Carlos Ney, coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia
Entre os serviços a serem feitos para edificação da nova escola, está o reforço com 151 pilastras. “É uma escola importante pela quantidade de estudantes que atende, não apenas aqui de Ceilândia, mas de cidades do Entorno também”, explica o coordenador da Regional de Ensino de Ceilândia. “Aqui atendemos muitos estudantes de Águas Lindas.”
Provisoriamente, os alunos do CEM 10 estão estudando na Escola Classe 24, do P Norte. De segunda a sexta, ônibus escolares disponibilizados pela Secretaria de Educação (SEE) levam e buscam os estudantes até o colégio temporário.
A enfermeira Kelly de Almeida, 45 anos, é mãe de duas pré-adolescentes que estudaram no antigo edifício do CEM 10. Lembrando que a reforma total do espaço era bastante esperada pela comunidade local, ela diz não ver a hora de ter suas meninas de volta à instituição. “Realmente estava precisando de uma boa reforma, nem acreditava mais que fosse acontecer”, afirma. “O CEM 10 é um lugar querido. Muitas pessoas passaram por aqui, é uma escola emblemática para a cidade”.
Reparos frequentes
“A gente entende a estrutura física como parte das ações pedagógicas” - Fernando Tiago de Souza Guedes, diretor da Escola Classe 45 de Ceilândia
Graças aos recursos vindos de emendas parlamentares por meio do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (Pdaf), manutenções e melhorias paliativas em escolas do DF são feitas constantemente. Só no ano passado, nas 97 escolas em atividades em Ceilândia, foram empregados quase R$ 20 milhões em recursos para serviços como reforma de banheiros, cobertura de quadras, aquisição de aparelhos de ar-condicionado, mudanças de rede elétrica e melhorias de laboratórios de informática.
Segundo o assessor de coordenação da Regional de Ensino de Ceilândia Luís Caio Ramos Bezerra, atualmente há 67 contratos ativos de ações como essa na cidade. “Com essa ferramenta, em pouco tempo, a estrutura física de uma escola pública vai ficando mais compatível e competitiva em relação a uma escola particular”, pontua.
Uma dessas instituições de ensino que fizeram bom uso dos recursos do Pdaf em Ceilândia foi a Escola Classe 45, que abriga 715 alunos. Por meio desse instrumento, quase R$ 300 mil de emenda parlamentar foram direcionados na atual gestão à construção da cobertura da quadra, que ganhou um novo muro, reforma do parquinho, além da pavimentação da entrada principal da escola. “Nós usamos muito bem os recursos do Pdaf aqui”, salienta o diretor da unidade, Fernando Tiago de Souza Guedes. “A gente entende a estrutura física como parte das ações pedagógicas. Tudo que fazemos na escola é em função do pedagógico.”
A ajuda da comunidade também é bem-vinda e se materializa não apenas por meio de doações de produtos, mas graças a ações voluntárias como a do mineiro Sebastião Alves Cândido, 63, há 15 anos atuando para manter a escola limpa e organizada. Trocando uma torneira aqui, capinando um jardim ali ou mesmo pintando a fachada do muro, ele sempre faz questão de ajudar. “Todos os meus filhos estudaram aqui, e agora é meu neto”, conta. “Gosto de ajudar as pessoas, e temos que preservar os patrimônios públicos da cidade. É uma forma de retribuir o que esse lugar nos deu. Tenho orgulho de ser amigo dessa escola.”
Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto
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