Agência Brasília* | Edição: Renata Lu
Nesta semana, a Aliança Distrital – Instituições Religiosas e Sociais no enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar completou um ano de parceria com a estratégia da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) para o enfrentamento da violência doméstica e familiar no Distrito Federal. A partir de acordo firmado de forma voluntária com instituições religiosas de diferentes segmentos, 1.360 pessoas já foram capacitadas por meio de cursos e palestras junto a instituições parceiras.
Durante a realização da Área de Segurança Prioritária (ASP), na Estrutural, foram inaugurados dois espaços de escuta em saúde mental e cidadania em direitos, em locais cedidos por instituições religiosas
Durante a capacitação, além da sensibilização sobre as diferentes formas de prevenção da violência e da criminalidade envolvendo crianças, meninas, mulheres e demais grupos vulneráveis, como o dos idosos, as lideranças recebem instruções sobre o que fazer para ajudar as vítimas. O objetivo é capacitar líderes e articuladores sociais para identificar situações de violência e a fazer encaminhamentos à rede de atendimento e de denúncia, quando necessário.
“Estudos e levantamentos técnicos nos dão base para aplicarmos políticas cada vez mais eficientes. Desta forma, percebemos a relevância dessa parceria para atuar preventivamente. Sabemos da relevância dessas instituições na rotina dos moradores de cada região e capacitá-los, para que saibam acessar a rede de apoio e proteção, é uma forma de evitar os casos de violência e até mesmo que eles evoluam para um crime ainda mais grave”, ressalta o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo.
“Esta é uma oportunidade de apresentar a esse público as diferentes ferramentas e possibilidades de denúncia. Ou seja, é, sem dúvida, um fortalecimento das ações e serviços já empregados pela SSP-DF e forças de segurança”, completa.
As lideranças são capacitadas para atuar como multiplicadores em cada região| Foto: Divulgação/SSP-DF
A capacitação dos representantes das instituições é feita pela Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade (Suprec), da SSP-DF. Os participantes recebem instruções, como oficinas de mediação de conflitos, divulgação dos serviços de acesso a direito familiar, proteção às vítimas de violência sexual, Lei Maria da Penha e de Feminicídio e da Rede de Proteção à Infância e à Mulher, proteção e apoio social aos filhos das vítimas de feminicídio, práticas restaurativas e de responsabilização dos homens autores de violência doméstica e familiar, entre outros.
Por meio da parceria firmada de forma voluntária com instituições religiosas de diferentes segmentos, já foram capacitadas - por meio de cursos e palestras junto a instituições parceiras - 1.360 pessoas
As ações ocorreram em nove regiões administrativas – Estrutural, Samambaia, Paranoá, Gama, Brasília, Sobradinho, Planaltina e Lago Oeste – e, ainda, em Águas Lindas de Goiás – durante a realização de ações da SSP-DF, como a Cidade da Segurança.
“Essas lideranças são capacitadas para atuar como multiplicadores em cada região. Para isso, estamos em constante busca por novas parcerias e as lideranças religiosas e sociais que atuam de forma muito próxima com a população. Neste ano, o objetivo é expandir e aumentar o número de instituições parceiras”, explica o subsecretário de Prevenção à Criminalidade, Sávio Ferreira.
“O intuito dessa parceria é trazer aliados para fortalecer a luta no combate à violência. Os líderes religiosos, e a sociedade, em geral, têm um papel muito importante nesse enfrentamento, uma vez eles também têm voz para conscientizar essas mulheres e podem até mesmo contribuir para o acolhimento das vítimas”, destaca a secretária da Mulher, Ericka Filippelli.
Atendimento psicológico e assistência jurídica
Durante a realização da Área de Segurança Prioritária (ASP), na Estrutural, foram inaugurados dois espaços de escuta em saúde mental e cidadania em direitos. Os espaços funcionaram em locais cedidos por instituições religiosas, que contribuíram, ainda, no encaminhamento de moradores que precisavam do atendimento.
Os atendimentos eram gratuitos, a partir da inscrição prévia dos interessados. “Nos dias do atendimento, tinham psicólogos, advogados e voluntários da região, que eram responsáveis pelos agendamentos, terapia, encaminhamentos e marcação de retornos. Tivemos a oportunidade de contribuir de forma sistemática pelo período em que estivemos na região”, afirma a diretora da Suprec, da SSP-DF, Deise Andrade.
“Essa demanda foi identificada por nossos agentes, num trabalho feito antes da realização da ASP na Estrutural, por meio da interlocução junto às instituições religiosas que tinham interesse em oferecer esses serviços”, ressalta Deise.
Para o embaixador social da Aliança Distrital, João Bezerra, o projeto é essencial no apoio e enfrentamento da violência intrafamiliar. “A Aliança proporciona um olhar diferenciado da Segurança Pública neste aspecto. Além disso, proporciona um trabalho em rede, fortalece e apoia mulheres, crianças e todo o público vulnerável. Deveria ser expandido não apenas para o todo o DF, mas ser também implementado em todo o país”, conclui.
*Com informações da Secretaria de Segurança Pública
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