Em meados de março, avaliação diagnóstica será aplicada para identificar o nível geral de aprendizagem. Foco está na recomposição das perdas deixadas pela pandemia
Leiliane Sena, com a filha Lara, de 5 anos, falaram da expectativa em relação ao início das aulas presenciais | Fotos: Mary Leal / Ascom-SEEDF
Ler claramente e entender o que se leu. Escrever corretamente e se fazer entender. Dominar as quatro operações básicas da matemática, de forma a desenvolver o raciocínio lógico. Esse é o foco da Secretaria de Educação para o ano letivo de 2022, iniciado na manhã desta segunda-feira (14).
A presença na sala de aula é obrigatória para 100% dos alunos. Estudantes com comorbidades e imunossuprimidos poderão optar pelo atendimento remoto. Esses casos deverão ser apresentados às direções de cada escola, com a devida documentação médica
“É a isso que nós nos referimos quando dizemos que é preciso recompor as aprendizagens perdidas na pandemia”, explicava a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, em conversa com pais de estudantes na Escola Classe 11, em Taguatinga, onde ela foi acompanhar o reinício das aulas. “As crianças de até 7 anos foram as grandes prejudicadas pela pandemia. Por isso, escolhemos essa Escola Classe para visitar no dia de hoje”, completou.
A EC 11 de Taguatinga atende 622 meninos e meninas da educação infantil e do ensino fundamental, anos iniciais – ou seja, vai do maternal ao 5º ano.
A grande novidade do ano letivo de 2022 é a volta do turno de cinco horas diárias nas turmas regulares – desde a volta das aulas presenciais, em agosto de 2021, os turnos haviam sido reduzidos para quatro horas.Cleide Vieira sente segurança no retorno presencial seguindo os protocolos de segurança sanitária
nas escolas.
Além disso, nos dias 15 e 16 de março, os estudantes passarão por uma avaliação diagnóstica, uma prova comum para identificar o nível geral de aprendizagem. Isso vai acontecer desde o ensino fundamental até a Educação de Jovens e Adultos (EJA). “A partir dessa análise, as escolas farão a intervenção pedagógica necessária para recuperar a aprendizagem perdida”, ressalta a secretária de Educação.
Os professores da rede pública que apresentarem algum sintoma de covid-19 podem ser testados em Unidades Básicas de Saúde referenciadas a cada escola. A Secretária de Saúde do DF disponibilizou testes em postos próximos à sede de cada uma das 14 regionais de ensino do DF
As escolas continuam seguindo os protocolos de segurança e normas sanitárias, tais como o uso de máscara facial, higienização das mãos e escalonamento na entrada e saída, lanche e intervalo para evitar aglomeração entre os alunos.
Na EC 11 de Taguatinga, a pequena Lara Sena, 5 anos, estava muito animada com o primeiro dia de aula. “Estava muito ansiosa para chegar na escola e conhecer tudo. É um dia importante!”, resumiu Lara, saltitando na expectativa de entrar e conhecer os novos amigos de classe. “Minha filha sabe escrever o nome e contar alguns números. Esse processo na escola vai ser fundamental para ela avançar. O ensino remoto é mais difícil porque não temos a paciência e a didática de um professor”, afirma a mãe da estudante, Leiliane Sena.
Cleide Vieira levou a filha Isabela Torres, de 7 anos, para o início das aulas na EC 11. Ela conta que já se sente segura com a retomada presencial após as vacinas das crianças e professores. “Minha filha já estudava nesta escola e eu tive muita ajuda dos professores no ensino a distância, mas não é a mesma coisa do contato presencial. Esse ano estou tranquila de saber que os professores e a maioria dos alunos já se vacinou. É importante para a evolução escolar da minha filha essa volta às aulas porque ela poderá melhorar na leitura e nos demais aspectos”, destaca Cleide.
A presença na sala de aula é obrigatória para 100% dos alunos. Estudantes com comorbidades e imunossuprimidos poderão optar pelo atendimento remoto. Esses casos deverão ser apresentados às direções de cada escola, com a devida documentação médica.
Mariane Baltazar considera o retorno às aulas presenciais muito importante para o desenvolvimento do filho Miguel, que tem autismo
A volta às aulas conta com mais de 430 mil alunos matriculados em 686 escolas. A Secretaria de Educação recebeu 26.888 novas matrículas para 2022.
O primeiro encontro da professora Regiane Mandu e do estudante Miguel dos Santos, de 11 anos, foi muito especial nessa volta às aulas. “Estou feliz de encontrar esses meninos. É um desafio incrível dar aulas e sou muito feliz no que faço. É tempo de esperança. Temos que seguir com a educação nesse momento, que ainda é difícil na pandemia”, frisa Regiane, que é professora de atividades.
“Meu filho tem autismo e ele sentia falta de frequentar a escola. Faz muita diferença a volta ser presencial. Ele só falava em quando as aulas iriam começar durante as férias. Vai ser bem importante para o desenvolvimento dele essa retomada”, destaca Mariane Baltazar, mãe de Miguel.
Testagem dos professores
Os professores da rede pública que apresentarem algum sintoma de covid-19 podem ser testados em Unidades Básicas de Saúde referenciadas à cada escola. A Secretária de Saúde do DF disponibilizou testes em postos próximos à sede de cada uma das 14 regionais de ensino do DF.
“Todos os professores da escola que precisaram, foram testados. Eles estão em sala de aula com muita segurança”, afirma Tatyane Emídio, diretora da EC 11 de Taguatinga.
A Secretaria de Educação do DF também desenvolveu uma cartilha com orientações de biossegurança para a retomada das atividades presenciais. O material traz ações que visam a prevenção, proteção, minimização ou impedimento da transmissão do novo Coronavírus.
Transformação na escola
A Escola Classe 11 de Taguatinga tem 622 estudantes atualmente, que cursam educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. A unidade passou por uma verdadeira transformação para deixar a estrutura adequada para os estudantes.
A partir de 2020, o local teve uma lista de melhorias que incluem a revitalização do banheiro dos estudantes, do piso interno das salas, do piso externo do pátio e corredores, dos armários e cadeiras, das janelas e vidros, do parquinho, do pátio do parquinho, entre outras melhorias.
Neste ano, há 18 obras em execução para construção de novas escolas. Elas irão beneficiar 16 mil estudantes.
*Com informações da Secretaria de Educação do DF
Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno
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