Jovem foi à unidade porque sentia dores. Diretora, no entanto, diz que o protocolo foi cumprido normalmente
“Quem vai dar a vida para o meu neto de volta?”, questionou a avó, desesperada, com o bebê morto nos braços no Hospital Regional da Ceilândia (HRC). As lágrimas e o pedido de socorro foram gravados, e as cenas se espalharam rapidamente pelas redes sociais. As imagens chocaram. O caso ocorreu três dias depois de outro vídeo que comoveu brasilienses em que um menino de seis anos implorava para não ir para a casa do pai após decisão judicial.
A avó, Edna Maria de Brito, de 36 anos, espera, agora, o desfecho das investigações para enterrar o neto que não teve. “Vou fazer velório para ele, sim. E quem vai pagar será a médica que mandou minha filha para a casa naquele estado”, disse, por telefone, ao Jornal de Brasília. A mãe da criança, Lueny Krisane Brito Lima, 20 anos, continuava internada até ontem por volta das 19h.
No entanto, para a Secretaria de Saúde, há muitos detalhes que precisam ser apurados. A mãe do bebê, segundo a pasta, não fazia pré-natal, como indicado e necessário às grávidas. Por isso, pouco antes de 1h de domingo, como disse a diretora do HRC, Talita Lemos Andrade, a equipe da unidade estava “diante de uma paciente que se dizia gestante, mas sem comprovação de idade gestacional”. Além disso, salientou a gestora: “Apesar da dor na barriga, não existiam comemorativos, como sangramento. Os sinais vitais da paciente estavam em perfeitas condições, não existiam sintomas, como foi ventilado, de que ela estava em trabalho de parto”.
Necropsia
O corpo do bebê, que, segundo a avó, tinha cinco meses gestacionais, foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) e vai passar por necropsia. A intenção, segundo a Secretaria de Saúde, é saber se houve negligência ou erro médico. O que, para Edna Maria de Brito, está comprovado. “A minha filha chegou ao hospital reclamando de dor perto do útero. Eu não entrei com ela no primeiro atendimento. Quando vi, ela voltou medicada e me disse que estava tonta. Eu tenho certeza que meu neto estava vivo. Eles não fizeram os procedimentos que deveriam ser feitos”, desabafou.
A diretora do hospital assegurou, porém, que todo o “protocolo de atendimento” foi cumprido normalmente. “A paciente foi atendida de prontidão pela equipe de plantão, desde a enfermeira até passar pelo atendimento médico”, disse Talita Lemos Andrade.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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