Quando se trata de um casamento feliz, um novo estudo da Universidade Rutgers (EUA) acaba de concluir que, quanto mais contente a esposa está com a união, mais feliz com a própria vida é o marido – independente de como ele se sente em relação ao matrimônio em si.
“Acho que tudo se resume ao fato de que quando uma mulher está satisfeita com o casamento, ela tende a fazer muito mais para o marido, e isso tem um efeito positivo na vida dele”, disse Deborah Carr, professora do Departamento de Sociologia, Artes e Ciências da universidade.
iG São Paulo
Carr e Vicki Freedman, professor e pesquisador do Instituto de Pesquisas Sociais da Universidade de Michigan, dividiram a liderança de uma pesquisa publicada na edição de outubro do periódico Journal of Marriage and Family, sobre a relação entre qualidade marital e felicidade entre idosos casados há muitos anos.
O estudo, realizado pelas duas universidades, difere de pesquisas anteriores, de acordo com Carr, porque analisou os sentimentos dos dois cônjuges para determinar como estas avaliações conjugais influenciam o bem-estar psicológico dos idosos.
Os pesquisadores avaliaram dados de 394 casais que fizeram parte de um estudo nacional de renda, saúde e incapacidade, em 2009. Pelo menos um dos cônjuges tinha 60 anos ou mais e, em média, os casais foram casados por 39 anos.
A fim de avaliar a qualidade conjugal, as pessoas envolvidas no estudo responderam a várias perguntas como, por exemplo, se seus parceiros os valorizavam, se o casal discutia ou se um parceiro entendia os sentimentos do outro. Eles também foram convidados a manter diários detalhados sobre o quão felizes eles se sentiram nas últimas 24 horas fazendo atividades específicas, como fazer compras, realizar tarefas domésticas e assistir televisão.
Os envolvidos no estudo, em média, classificaram como alta a sua satisfação global com a vida, com os com maridos avaliando seu casamento de maneira ligeiramente mais positiva do que suas esposas.
“Os dois cônjuges avaliarem melhor o casamento foi ligado a uma maior satisfação com a vida e uma maior felicidade”, disse Carr.
Ainda assim, segundo ela, o estudo também descobriu que, enquanto as esposas ficavam menos felizes se seus cônjuges adoeciam, o nível de felicidade dos maridos não mudou se quem ficava doente eram as esposas.
"Sabemos que quando um parceiro está doente é normalmente a mulher que se encarrega do cuidado, o que pode ser uma experiência estressante. Mas muitas vezes, quando uma mulher fica doente, não é o marido, mas sim a filha a quem ela recorre."
O estudo é importante, segundo os pesquisadores, porque a qualidade de um casamento pode afetar a saúde e o bem-estar dos casais longevos na medida em que eles envelhecem juntos.
"A qualidade de um casamento é importante porque fornece proteção contra os efeitos estressores do empobrecimento da saúde e ajuda os casais a gerenciar decisões difíceis em relação à tomada de decisões, inclusive as decisões médicas", disse Carr.
0 Comentários